Vigilância Sanitária de Franca, SP, confirma primeiro caso de intoxicação por metanol
24/10/2025
(Foto: Reprodução) Franca, SP, registra primeiro caso de intoxicação por metanol na região
A Vigilância Sanitária de Franca (SP) confirmou nesta semana o primeiro caso de intoxicação por metanol na região. A vítima é um homem de 54 anos que precisou de atendimento médico após consumir cachaça em dois estabelecimentos na cidade.
A análise de sangue do paciente apontou metanol em nível de 20,7 mg/L. À polícia, o homem disse que ingeriu a bebida nos dois estabelecimentos, um bar no bairro Santa Efigênia e uma mercearia no bairro Jardim Redentor, no mesmo dia. O caso aconteceu em 8 de outubro.
Médicos consultados pelo g1 afirmam que, com valores acima de 100 mg/L, é grande a chance de entrar em coma profundo, ter lesão cerebral extensa e morte.
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A vítima de Franca passa bem. Após o depoimento dela, a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária estiveram nos dois estabelecimentos. Eles foram multados e embargados, segundo o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde, Caio Carvalho.
"Os hospitais notificam a Vigilância Epidemiológica quanto a esses casos de exposição ao metanol. Veio a ficha dele [do paciente] pra nós e ali a gente fez uma investigação junto com o paciente e ele nos informou onde seriam estes estabelecimentos. Entramos em contato com a Polícia Civil e fizemos essa fiscalização nos dois ambientes para fazer essa apreensão."
Segundo a polícia, o bar funcionava sem licença e comercializava produtos de saúde fora dos padrões. Foram apreendidas 24 garrafas pet de dois litros, seis garrafas de 'corote' e duas garrafas de um litro de bebidas alcoólicas. O material foi encaminhado para perícia.
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Ainda segundo a polícia, a mercearia também não tinha licença para funcionar e vendia produtos clandestinos e fora dos padrões.
No local, foram apreendidas oito garrafas pet de dois litros contendo 'cachaça de engenho' e 23 garrafas de 'corote'. Todo o material também foi encaminhado para perícia.
Bebidas apreendidas em Franca, SP, eram armazenadas em garrafas pet e tinham procedência duvidosa
Reprodução/EPTV
Um boletim de ocorrência foi registrado como crime de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
A polícia instaurou inquérito para investigação de crimes contra a saúde pública. Se condenados, os proprietários dos estabelecimentos podem pegar até oito anos de prisão.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, o estado de São Paulo registrou 38 casos confirmados de intoxicação por metanol e seis óbitos até o dia 17 de outubro. Outros 408 casos que estavam sob investigação foram descartados.
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