Quem são os suspeitos investigados por plano do PCC para matar promotor e diretor de presídios em SP
24/10/2025
(Foto: Reprodução) Jefferson Santana ('Proibido'); Diego Lima ('Lima'); Wellison Almeida ('Corinthinha'); Victor Silva ('Falcão'); e Sergio Silva ('Messi') estão presos por tráfico
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Oito homens são investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MP) por suspeita de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) na elaboração do plano para tentar matar o promotor Lincoln Gakyia e o coordenador dos presídios do interior do estado de São Paulo, Roberto Medina.
Cinco dos investigados foram presos, entre julho e setembro, por tráfico de drogas. A partir da prisão deles e da apreensão de seus celulares, descobriu-se o plano para matar Gakiya e Medina. O serviço de inteligência da polícia conseguiu ter acesso a informações que davam conta da intenção dos criminosos de executarem as autoridades.
Outros três investigados foram alvo, nesta sexta-feira (24), de mandados de busca e apreensão decretados pela Justiça. Um desses alvos acabou detido em flagrante por porte ilegal de droga na operação conjunta do MP e da polícia. Todos são suspeitos por "organização criminosa armada e ameaça."
5 presos
Veja abaixo quem são os cinco investigados presos e quais suas funções:
Jefferson Douglas Braz Santana, o "Proibido": está preso por tráfico de drogas. É suspeito de monitorar o promotor Lincoln;
Diego da Silva Lima, o "Lima": preso por tráfico. É investigado por suspeita de monitorar Lincoln;
Wellison Rodrigo Bispo de Almeida, o "Corinthinha": preso por tráfico. Investigação apontou que recebeu mensagens pelo celular com informações sobre Medina, diretor de presídios;
Victor Hugo da Silva, o "Falcão": preso por tráfico. No seu telefone foram encontradas mensagens, fotos e vídeos que o apontavam como suspeito de participar do plano para executar Medina;
Sergio Garcia da Silva, o "Messi": preso por tráfico. Apontado como um dos responsáveis por monitorar o diretor dos presídios.
3 investigados
Os 25 mandados de busca e apreensão ocorreram nesta sexta nas cidades paulistas de Presidente Prudente , Álvares Machado, Martinópolis, Pirapozinho, Presidente Venceslau, Presidente Bernardes e Santo Anastácio.
Os três investigados que tiveram seus imóveis vasculhados pela polícia foram:
Luiz Guilherme Lima da Silva, o "Portuga": responde em liberdade. Segundo a investigação, manteve contato com "Messi" para dar sequência ao plano de matar autoridades;
Thiago da Silva: foi preso em flagrante nesta sexta, mas por tráfico de drogas _estava com 3 kg de cocaína em casa. De acordo com a polícia, ele negociou a compra de um fuzil em nome do PCC. Também teve ligação com "Messi" e "Portuga";
Adilson Audinir Oliveira Júnior, o "Ju Machado": responde em liberdade. A investigação aponta que ele manteve contato com "Messi" para participar do plano contra as autoridades.
A equipe de reportagem não conseguiu localizar as defesas dos oito investigados para comentar o assunto.
A Justiça determinou ainda a quebra dos sigilos telefônico e telemático dos suspeitos para que os investigadores possam apurar o envolvimento de mais pessoas no esquema.
Vídeo mostra como integrantes do PCC traçaram trajeto percorrido por Medina
Ex-delegado morto
Gakiya: Plano para executar autoridades teve ordens de dentro de presídios
Em entrevista nesta sexta à GloboNews, Lincoln falou que a ordem do Primeiro Comando da Capital para matá-lo juntamente com Medina também fez parte do plano para executar o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros em setembro.
"Faz parte de uma mesma ordem que infelizmente culminou com a morte do delegado Rui Fontes. Neste mesmo 'salve' havia ordens para me matar e matar o doutor Roberto Medina também", falou o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). "Tinha ordem para me matar e matar Medina também."
Vídeo de caminho casa-trabalho, moto, campana: como membros do PCC monitoraram rotina de diretor de presídio jurado de morte
"Salve" é o nome dado por criminosos às ordens da cúpula da fação para executarem missões, como, por exemplo, ataques contra agentes de segurança. As autoridades, por meio do trabalho de inteligência policial, interceptaram essas ordens.
Contudo, a Polícia Civil diz que, por ora, não vê conexão com a execução do ex-delegado. No entanto, um detalhe chama a atenção: os bandidos começaram a seguir os passos de Medina e Gakyia em meados em julho, mesma época em que os assassinos de Ruy Fontes começaram a segui-lo em Praia Grande.
Facção alugou casa
Criminosos alugaram casa a menos de 1km de distância da residência do promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo.
Reprodução
Segundo Lincoln, o "salve" do Primeiro Comando da Capital para matar representantes do estado saiu das prisões e foi levada às ruas para serem executadas pelo grupo criminoso conhecido como "sintonia restrita". "São indivíduos de alta periculosidade".
"Informações de inteligência já mencionavam que havia ordens da cúpula do PCC inclusive dentro do sistema penitenciário federal. Não saem por telefone, saem através de visitas e muitas vezes através de advogados em conversas codificadas", completou o promotor.
As investigações revelaram que suspeitos tinham alugado uma casa a menos de um quilômetro de condomínio onde o promotor mora. Imagens aéreas mostraram que diversas pessoas se reuniam nesta casa, que servia também como ponto de distribuição de droga.
Os investigadores suspeitam que os bandidos pretendiam atacar o promotor no caminho que ele costuma fazer para chegar ao trabalho, em Presidente Prudente.