Quartos com cheiro de urina, baratas na cozinha, banheiro sem acessibilidade: como eram asilos clandestinos no interior de SP

  • 08/11/2025
(Foto: Reprodução)
O que se sabe sobre asilos clandestinos que funcionavam em Ribeirão Preto, SP A Vigilância Sanitária de Ribeirão Preto (SP) apontou pelo menos 27 irregularidades nas três casas de repouso Meu Doce Lar, administradas por Eva Maria de Lima. As instituições, que abrigavam quase 50 idosos, estavam impedidas de funcionar por determinação judicial desde abril deste ano, mas a proprietária descumpriu todas as liminares e as mantinha abertas, inclusive, para novos moradores. Ela foi presa no domingo (2). Um documento ao qual o g1 teve acesso revelou problemas em todos os cômodos: quartos, banheiro, cozinha, refeitório, área externa e lavanderia. Também foram encontradas falhas no armazenamento de medicamentos dos moradores. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Sujeira e o cheiro de fezes e urina foram apontados em, pelo menos, dois cômodos. Nas gavetas da cozinha havia baratas e os utensílios estavam enferrujados. Também não havia um local adequado para higienização das mãos no refeitório. Alguns dormitórios dos asilos clandestinos em Ribeirão Preto, SP, eram amarrados com faixa de curativo para que idosos ficassem presos Arquivo pessoal A mensalidade cobrada por Eva chegava a R$ 2,5 mil e, segundo o promotor de Justiça da Pessoa Idosa, Carlos Cezar Barbosa, muitas das famílias utilizavam o benefício de prestação continuada para deixar os idosos em um destes locais. A proprietária das casas de repouso prometia refeições balanceadas e equipes de enfermeiras, fisioterapeutas e nutricionistas, o que não era oferecido. LEIA TAMBÉM Acima de 70 anos, lúcidos, de baixa renda e com filhos: quem eram os idosos internados em asilos clandestinos no interior de SP Idosos amarrados, fraldas limitadas e mensalidade de R$ 2,5 mil: o que se sabe sobre asilos clandestinos no interior de SP Famílias pagavam R$ 2,5 mil por mês para asilos clandestinos que amarravam idosos Promotor diz que famílias de idosos internados devem ser investigadas: 'São vilãs também' Dona de asilos que amarravam idosos no interior de SP fica em silêncio em depoimento Lares de idosos investigados por maus-tratos descumprem decisão da Justiça e seguem funcionando em Ribeirão Preto A suspeita é de que os idosos sofriam maus-tratos e viviam em ambientes sem higiene e alimentação adequada. Eva nega todas as acusações. Veja abaixo, ponto a ponto, as principais irregularidades encontradas: Quartos Dormitórios desorganizados, com forte odor de urina e sujidades Vários leitos com distanciamento inferior a 0,8 m Não havia luz de vigília e nem campainha de alarme Adaptação de espaços externos como dormitórios, junto à lavanderia do imóvel, cujo acesso se dá por corredor aberto, sem proteção contra chuva Idosos foram resgatados vítimas de maus-tratos de lares de repouso em Ribeirão Preto, SP Reprodução/EPTV Banheiros Ausência de barras de apoio Desorganizado e com sujidades Ausência de dispensador de papel Falta de sabonete líquido para higiene das mãos Desnível no piso na área do box Refeitório Ausência de lavatório de mãos Cozinha Sem normas e rotinas técnicas dos procedimentos relacionados ao serviço de alimentação Ambientes abertos, desprotegidos Utensílios armazenados com sujidades, alguns enferrujados Gavetas sujas com presença de baratas Ausência de registros de capacitação dos manipuladores de alimentos Cozinheira com uso de adornos Pacotes de carne congelados sem identificação e validade Pouca oferta de alimentos Ausência de lavatório de mãos para higienização das mãos dos manipuladores de alimentos Lixeiras sem tampas Cozinha e banheiro de asilos clandestinos em Ribeirão Preto, SP, eram sujos e não tinham acessibilidade Arquivo pessoal Lavanderia Área desorganizada Falta de local para guarda de roupa de uso coletivo Armazenamento de medicamentos Não havia local exclusivo para essa atividade Medicamentos mantidos em caixas plásticas de forma desorganizada Registros incipientes, sem checagem dos cuidados dispensados aos idosos, bem como, sem checagem da administração de medicamentos Ausência de lavatório de mãos para higienização das mãos Área externa Acúmulo de material inservível Falta de abrigo de resíduos Casa de repouso Meu Doce Lar, em Ribeirão Preto, SP Cacá Trovó/EPTV Local não tinha funcionários contratados De acordo com a Vigilância Sanitária, Eva não tinha funcionários. As pessoas que trabalhavam no local eram contratadas por diária. Os asilos não tinham licença sanitária, projeto arquitetônico aprovado para a atividade, comprovação de vínculo formal da empresa com os funcionários e contrato de prestação de serviço com os responsáveis pelos idosos institucionalizados. Ainda de acordo com a Vigilância Sanitária, também não havia registro de cada idoso com data e circunstâncias do atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, relação de pertences, valor de contribuições e demais dados que possibilitassem identificação e individualização do atendimento. Casa de repouso Meu Doce Lar, em Ribeirão Preto, SP Cacá Trovó/EPTV Exposição a perigo e privação de cuidados indispensáveis Eva pode responder pelos crimes de expor idoso a perigo à integridade e à saúde, física ou psíquica, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando de alimentos e cuidados indispensáveis, previstos no Estatuto do Idoso. Ao g1, a defesa dela informou que, enquanto as casas situadas nas ruas Lafaiete e Marechal Deodoro estiveram sob administração de Eva, sempre houve zelo, respeito e dedicação para se dar qualidade de vida aos idosos assistidos, todos de baixa renda e muitos abandonados por suas famílias. As unidades do Meu Doce Lar funcionavam, inicialmente, nos bairros Marincek, Centro e Alto da Boa Vista. Segundo Barbosa, quando a primeira liminar, de junho deste ano, impediu o funcionamento das três instituições, Eva fechou a casa localizada no Marincek e se mudou com os então moradores para um novo imóvel, no Parque Ribeirão. "Ela abandonou Marincek, fechou e, sem comunicar a Vigilância Sanitária, a rigor, ela nunca seguiu as regras da vigilância, mesmo, foi lá para o Parque Ribeirão, levando junto com ela sete idosos. Foi exatamente lá que ocorreu o incidente. O vizinho, provavelmente ouviu alguma coisa diferente, denunciou, e a polícia foi e encontrou situação de maus-tratos a acometer esses idosos". A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso. Além da proprietária dos asilos clandestinos, algumas famílias também podem responder pelos crimes. "Eu tenho notícia de que tem alguns que ninguém foi buscar. Eu acho que a maioria tem família, e esses familiares tem que ser responsabilizados. Há familiares que agiram com maldade ao abandonar esses idosos. Poderiam ter colocado em uma instituição que oferecesse a eles a dignidade, alimentação boa, hospedagem boa e isso não aconteceu". O Ministério Público segue acompanhando o caso e, segundo o promotor, outras instituições em Ribeirão Preto também estão na mira das investigações. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2025/11/08/quartos-com-cheiro-de-urina-baratas-na-cozinha-banheiro-sem-acessibilidade-como-eram-asilos-clandestinos-no-interior-de-sp.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 5

top1
1. Vou Mudar Meu Contato

Sadi Santos

top2
2. Vó me dê dinheiro

Samir Arcanjo

top3
3. HOJE VAI TER PISEIRO

LEÃOZINHO DO FORRÓ

top4
4. Dançar Forró Beijando

Thullio Milionário

top5
5. SÁBADOU

Pisadinha de Luxo e Biu do Piseiro

Anunciantes