Polícia indicia namorado e policial da reserva suspeitos de matar estudante trans em Ilha Solteira
04/09/2025
(Foto: Reprodução) Caso Carmen: polícia conclui inquérito e indicia 2 suspeitos por feminicídio
A Polícia Civil concluiu nesta quinta-feira (4) o inquérito que investiga o desaparecimento e o feminicídio da estudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos.
Ela foi vista pela última vez há mais de dois meses, em 12 de junho, Dia dos Namorados, após fazer uma prova do curso de zootecnia da Unesp em Ilha Solteira (SP). O corpo ainda não foi localizado.
📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp
A investigação apontou que Marcos Yuri Amorim, namorado de Carmen, e o policial militar ambiental da reserva Roberto Carlos Oliveira são os principais suspeitos. Roberto foi indicado como amante de Marcos Yuri em um “triângulo amoroso”. Os dois estão presos.
O delegado Miguel Rocha informou que os principais suspeitos, Marcos Yuri Amorim, namorado de Carmen; e o policial militar ambiental da reserva Roberto Carlos vão responder pelos crimes de:
Feminicídio
Ocultação de cadáver
Supressão de documento
Fraude processual
Ainda conforme o delegado, Roberto também será responsabilizado por falso depoimento, pois ele mudou a primeira versão do depoimento dele durante as investigações. Outras duas testemunhas vão ser indiciadas por falso testemunho e uma terceira por supressão de documento.
Carmen de Oliveira Alves e o namorado Marcos Yuri Amorim, suspeito de assassinato em Ilha Solteira (SP)
Reprodução/Facebook
Antes da conclusão do inquérito, duas reconstituições foram realizadas: uma baseada na versão dada pelo namorado da jovem e a outra pela versão do policial militar ambiental da reserva.
A reconstituição no sítio apontado como local do crime, onde a jovem foi vista pela última vez, baseou-se na versão dada pelo namorado da jovem, Marcos Yuri Amorim, à polícia.
Investigação
O delegado responsável pelo inquérito policial afirmou que a investigação apontou as seguintes motivações para o assassinato:
Carmen pressionou Yuri para que assumisse o relacionamento. Apesar de a família da vítima conhecer a relação, ela não era pública;
Carmen descobriu que ele cometia crimes, como furtos, e elaborou um dossiê no computador com provas, que foi deletado posteriormente;
Havia um triângulo amoroso: o policial da reserva preso ajudou Yuri no crime e mantinha uma relação com ele, segundo a polícia.
LEIA MAIS
Assassinato de estudante trans da Unesp: veja a cronologia do desaparecimento às buscas pelo corpo da jovem
Beatriz Santos/Arte g1/TV TEM
Pai de estudante trans morta em Ilha Solteira diz que vai à delegacia todo dia desde desaparecimento da filha: 'A gente quer justiça'
Perícia não identifica sangue em moto de namorado e caminhonete de policial suspeitos de assassinar estudante desaparecida há 2 meses
Carmen de Oliveira Alves (à esquerda), o namorado Marcos Yuri Amorim (ao centro) e o policial militar Roberto Carlos de Oliveira, suspeitos de crime em Ilha Solteira (SP)
Reprodução/Facebook
Veja mais notícias da região no g1 Rio Preto e Araçatuba
VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM