Mulher de 54 anos morre atingida por muro durante ventania inédita em SP
12/12/2025
(Foto: Reprodução) Moradores do Grajaú, na Zona Sul, perdem tudo com o 3° dia sem energia em SP
Uma mulher morreu após ser atingida por um muro que desabou no bairro de Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, na tarde de quarta-feira (10). O acidente ocorreu no mesmo dia em que a capital enfrentou um vendaval histórico provocado pelo ciclone extratropical que atuava no litoral do Rio Grande do Sul.
A vítima, Claudineia Perri Castiglioni, de 54 anos, foi socorrida pelo Samu com traumatismo cranioencefálico e fratura no fêmur. Ela chegou a ser levada ao Hospital Geral de Sapopemba, mas não resistiu aos ferimentos.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, em nota, que a ocorrência foi registrada como morte suspeita/acidente no 69º Distrito Policial (Teotônio Vilela), que requisitou perícia e exames ao IML para esclarecer as circunstâncias do desabamento.
Segundo a Defesa Civil do Estado, esta é a primeira morte registrada na capital em decorrência dos eventos climáticos da Operação SP Sempre Alerta, que vai de 1° de dezembro a 31 de março de 2026.
A segunda morte no estado foi em Campos do Jordão, onde um morador morreu após o deslizamento de um talude atingir sua casa durante a tempestade de terça-feira (9).
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ocal da queda de uma árvore na Rua Cubatão com Eça de Queiroz, no bairro da Vila Mariana, zona sul da cidade de São Paulo (SP), nesta quinta-feira, 11 de dezembro de 2025. A capital paulista ainda enfrenta nesta manhã os impactos do vendaval que atingiu a cidade na última quarta-feira, 10. De acordo com o Corpo de Bombeiros, somente na quarta-feira, foram abertos ao menos 1.412 chamados para quedas de árvores na capital e na Região Metropolitana de São Paulo
Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Rastro de destruição
A ventania deixou um rastro de destruição e afetou diversas áreas das cidades da região: no pico, mais de 2 milhões de imóveis sem luz, queda de centenas de árvores, fechamento de parques, voos cancelados e prejuízo bilionário ao comércio e aos serviços.
De acordo com meteorologistas, a longa duração do fenômeno climático surpreende especialistas e não tem precedentes na capital paulista. Em ocasiões anteriores, a cidade enfrentava temporais, mas, desta vez, o céu permaneceu firme, o que aumenta o caráter incomum do evento.
Mais de 50 horas depois do vendaval, a Região Metropolitana de São Paulo ainda tem mais de 750 mil imóveis às escuras, segundo o boletim publicado pela concessionária Enel às 10h desta sexta-feira (12).
A falta de energia afeta serviços essenciais, como semáforos, abastecimento de água e mobilidade urbana. Já os aeroportos de Congonhas, na capital, e de Guarulhos, que tiveram dias de caos e cancelamentos, estão com operação normalizada.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que, pela manhã, havia 167 semáforos apagados por falta de energia, 10 apagados por falhas e 3 em amarelo piscante.
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