Motorista que morreu em Rio Preto foi picado por cobra jararaca enquanto pescava às margens de represa
09/12/2025
(Foto: Reprodução) Lúcio Soares Miranda morreu em Rio Preto (SP) após ser picado por cobra jararaca
Câmara de Nipoã/Divulgação
O motorista de 69 anos, que morreu na madrugada de segunda-feira (8), foi picado por uma cobra jararaca enquanto pescava às margens de uma represa em Nipoã (SP). Lúcio Soares Miranda ficou três dias internado no Hospital de Base (HB) em São José do Rio Preto (SP), mas não resistiu.
As informações sobre a espécie da serpente, bem como sobre o atendimento prestado à vítima foram apuradas e confirmadas pelo g1 nesta terça-feira (9).
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O corpo de Lúcio foi velado e enterrado em Nipoã. De acordo com o que foi apurado pela reportagem, Lúcio foi socorrido pelo resgate e chegou à Unidade Básica de Saúde (UBS) de Nipoã cerca de 20 minutos depois de ser picado.
Após o primeiro atendimento, ele foi transferido para a Santa Casa de José Bonifácio (SP), onde recebeu o soro antiofídico. Em seguida, foi transferido para o HB devido à gravidade dos sintomas.
Entenda o que acontece com quem é picado por uma jararaca
A jararaca é uma das cobras mais agressivas e altamente venenosas, segundo o doutor em zoologia Thiago Maia Davanso. A cobra, do gênero Bothrops, é peçonhenta e a toxina é forte, capaz de necrosar a pele e atingir o sistema nervoso.
Segundo um levantamento do Instituto Butantan, publicado em 2022, o Brasil tem em torno de 30 mil acidentes por ano que são provocados por serpentes, sendo que as picadas de jararaca representam quase 70% dos ataques.
Conforme o biólogo, é comum que as jararacas entrem na área urbana em busca de alimento, uma vez que o ambiente natural das matas está em constante degradação. Mesmo assim, os ataques a humanos são raros.
A jararaca pode atingir até 1,5 metros de comprimento, sendo que a fêmea é maior que o macho. Em caso de ataque, o especialista reforça que é necessário identificar o animal para fornecer informações ao socorro médico.
“Nunca colocar torniquete ou ‘chupar’ o local da mordida, além de tentar manter a calma, pois a agitação e o nervosismo acabam fazendo com que a toxina se espalhe com maior rapidez. Principalmente buscar imediatamente ajuda médica”, salienta o biólogo.
Jararaca-da-moela
Marcelo Ribeiro Duarte/Instituto Butantan/Divulgação
No lugar atingido, é importante lavar apenas com água e sabão. Os principais sintomas da picada de uma jararaca adulta em humanos são dor e inchaço local, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento no ferimento.
Também podem ocorrer sangramentos em mucosas, como nas gengivas e no nariz. As complicações podem provocar infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal aguda.
Biólogo e doutor em zoologia Thiago Maia Davanso
Thiago Maia Davanso/Arquivo pessoal
Jararaca-ilhoa (à esq.) e Jararaca-da-moela (à dir.)
Renato Rodrigues/Comunicação Butantan e Marcelo Ribeiro Duarte/Instituto Butantan/Divulgação
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