Morte no Autódromo de Interlagos: suspeitos identificados pela polícia não ficam presos; lutador de jiu-jitsu pagou fiança e foi solto
19/07/2025
(Foto: Reprodução) Polícia identifica suspeito de ter matado empresário encontrado morto em buraco em SP
Quatro dos cinco suspeitos de envolvimento na morte do empresário Adalberto Amarilio Júnior, que foram conduzidos pela Polícia Civil à delegacia nesta sexta-feira (18) para serem ouvidos, não ficaram presos. Um deles precisou pagar fiança para ser liberado. O quinto suspeito não foi encontrado.
“Não dá para atribuir ainda a autoria do crime para eles, mas eles estão numa relação de suspeitos, entre os quais a gente acredita ainda na participação de outras pessoas", justificou o delegado Rogério Thomaz em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (18).
Adalberto sumiu em 30 de maio depois de ir a um festival de motos no autódromo. O corpo dele foi encontrado em 3 de junho. Câmeras de segurança gravaram os últimos momentos dele caminhando no estacionamento do evento. Ele era casado e dono de uma rede de óticas.
Segundo a Polícia Civil, investigadores constataram que os nomes de dois funcionários ligados à segurança do evento e que exerciam funções de liderança não foram colocados na lista fornecida pela empresa à polícia, o que acendeu um alerta.
Com isso, mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra os cinco suspeitos nesta sexta-feira (18) na capital paulista. Na casa de um deles, foram encontradas 21 munições de calibre 38.
Indagado, o homem não soube explicar o motivo de ter as munições dentro do imóvel. Ele foi autuado em flagrante, mas pagou fiança e foi liberado depois de ser ouvido.
Lutador de jiu-jitsu, ele tem antecedentes criminais por furto, associação criminosa e ameaça. É um dos nomes que não estavam na lista fornecida pela empresa como funcionário.
"É um caso complexo, temos que investigar com calma e hoje a Polícia Civil deu um passo nas investigações. Foram conduzidas quatro pessoas, sendo um representante da empresa e três pessoas ligadas à segurança. Estranhamente duas dessas pessoas não estavam na lista que a empresa forneceu. Eles estavam na posição de mando. Conseguimos uma outra lista que não bateu com a lista que a empresa forneceu", afirmou o secretário-executivo da Segurança Pública, Nico Gonçalves, durante coletiva de imprensa.
“No momento, eles estão na qualidade de investigados. Ninguém está culpando ninguém. Não tem nada descartado, mas estão na condição de investigados. Um deles foi autuado, que estava com uma munição na casa dele. Pagou fiança e vai embora ", ressaltou Nico.
Coletiva de imprensa sobre caso do empresário morto no Autódromo de Interlagos, em SP
TV Globo
Os investigadores destacaram que há provas de que os dois funcionários que ficaram de fora da lista estavam presentes no dia do evento e exerciam funções de coordenação, com poder de decisão sobre a segurança.
“Os representantes ainda não foram ouvidos por orientação técnica da defesa, eles querem ter conhecimento e eventualmente acesso à medida cautelar para que prestem depoimento na sequência. Mas tudo será investigado para entender o que houve. Ainda é prematuro dizer que o lutador é o principal suspeito. Só o fato dele ser lutador não traz como principal suspeito, mas ele trabalhou só na sexta, tem antecedentes. Vamos analisar tudo isso", afirmou o delegado Rogério Thomaz.
"E estranhamente, o lutador de artes marciais no dia seguinte já não foi trabalhar e foi retirado [da equipe]", complementou o secretário-executivo da Segurança Pública, Nico Gonçalves.
Sete aparelhos celulares e cinco computadores foram apreendidos com os suspeitos, e serão periciados. "Os celulares e os notebooks serão periciados. Alguns que tiveram aqui na investigação, forneceram os celulares sem mensagem. Vamos apurar tudo", disse a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios da Polícia Civil (DHPP).
Sobre a empresa de segurança, ela não tem relação direta com a administração pública e nem com a administração do autódromo, sendo prestadora de serviço no festival de motos, afirmaram os policiais.
"Alguns que tiveram aqui na investigação, forneciam os celulares sem mensagem, o que achamos muito estranho, ainda mais envolvido com evento. É um caso complexo porque não tem imagem, tudo escuro, e trabalhamos com a hipótese de que quem matou teve auxílio de outra pessoa", ressalta Ivalda.
Empresário foi asfixiado
Corpo de empresário foi encontrado em buraco no Autódromo de Interlagos.
Reprodução
A Polícia Civil investiga se seguranças estão envolvidos no homicídio do empresário encontrado orto num buraco no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo .
Uma das hipóteses investigadas é a de que Adalberto foi colocado por alguém no buraco, que tinha 70 centímetros de diâmetro por 3 metros de profundidade. O cadáver foi encontrado sem calça nem tênis.
Laudo pericial da Polícia Técnico-Científica concluiu que ele teve uma morte violenta por asfixia - ainda não se sabe se causada por esganadura (já que foram encontradas escoriações no pescoço dele) ou compressão torácica. Uma possibilidade é a de que, durante uma briga, alguém possa ter comprimido o pulmão do empresário com o joelho.
A polícia chegou a encontrar sangue no carro dele. O laudo do DNA indicou que o material genético é do próprio empresário. Um perfil feminino também foi encontrado na amostra, mas é de uma mulher não identificada - foi descartado ser da viúva.
Apesar de o laudo pericial não ter apontado a presença de droga ou álcool no organismo de Adalberto, um amigo do empresário, que havia se encontrado com ele no autódromo, contou que os dois consumiram maconha e cerveja.
Hipótese é a de que empresário se envolveu em briga quando ia para o estacionamento.
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