Leite materno e doações ajudam prematuros a vencer desafios antes da alta
19/11/2025
(Foto: Reprodução) Série 'Prematuros' do Tem Notícias mostra evolução no cuidado com bebês pelas equipes
A maior UTI neonatal do interior de São Paulo funciona no Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto. Mais de 250 profissionais atuam na unidade, sendo 180 enfermeiras responsáveis pelo cuidado diário dos bebês.
O assunto é tema da série de reportagens Prematuros: Quando o amor chega mais cedo, da TV TEM, que vai ao ar no TEM Notícias 1ª Edição.
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Quando a coleta não é possível, o banco de leite garante a quantidade necessária para cada bebê
Reprodução/TV TEM
O leite materno é essencial para o desenvolvimento dos bebês prematuros. No Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto, eles recebem o alimento ordenhado pelas mães em um espaço ao lado da UTI. Quando não é possível, o banco de leite garante a quantidade necessária para cada bebê.
““A gente precisa lembrar que o leite materno contém anticorpos e gorduras saudáveis, essenciais para o cérebro em formação. Ele oferece imunidade, favorece o desenvolvimento cerebral, melhora a qualidade do crescimento e reduz o risco de infecção. O leite materno é vida”, resume a neonatologista Maria Cristina Fleury Guimarães.
O Brasil tem o maior programa de doação de leite materno do mundo. O alimento doado passa por pasteurização antes de chegar aos bebês. “Um litro pode antecipar em até duas semanas a alta hospitalar. Isso faz diferença para famílias que enfrentam longas internações”, completa.
A neonatologista Maria Cristina Fleury Guimarães
Reprodução/TV TEM
Além do leite, os prematuros recebem acompanhamento de fonoaudiólogos para aprender a sugar, respirar e engolir de forma coordenada.
“Teoricamente, os bebês já nascem sabendo sugar. Mas, como são prematuros, seus reflexos também são imaturos. Por isso, precisam aprender a coordenar três funções ao mesmo tempo para mamar de forma segura", detalha a fonoaudióloga Aline Barbosa Maia. "O trabalho da fonoaudiologia é fundamental, porque ajudamos esses bebês a fortalecer os reflexos e a coordenar essas funções, que são essenciais para a amamentação”, complementa.
Em alguns casos, bebês prematuros precisam de transfusão de sangue
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Outra doação que salva vidas é a de sangue. Dez por cento das transfusões feitas pelo Hemocentro de Rio Preto vão para a UTI neonatal. “O sistema hepatopático do prematuro demora a amadurecer, e muitas vezes é preciso transfundir quando o nível de hemoglobina cai”, explica a hematologista Andreia Garcia.
Assim, o acompanhamento garante não apenas a sobrevivência, mas também a qualidade de vida dos bebês e de suas famílias.
“O que a gente precisa mostrar — e tenta mostrar para as pessoas que aqui ficam — é que a maioria dos bebês sai bem, sem sequelas. Esse é o nosso maior objetivo hoje: devolver essa criança para a família, bem, viva e sem sequelas”, complementa Maria Carmen Carvalho, chefe da UTI Neonatal do Hospital de Clínicas de Rio Preto (HCM).
Apoio psicológico
Avanços no tratamento aumentaram a sobrevida e melhoraram o prognóstico dos prematuros
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O apoio psicológico também é fundamental. Muitas mães chegam assustadas diante dos protocolos de cuidado. A boa notícia é que os avanços no tratamento aumentaram a sobrevida e melhoraram o prognóstico.
“A incubadora evoluiu, passou a ter parede dupla e reduziu a perda de calor. O uso do CPAP (dispositivo para respiração) o diminuiu a mortalidade e os respiradores ficaram mais adequados para recém-nascidos”, destaca a neonatologista Marciali Gonçalves Fonseca Silva.
Outro avanço foi o surfactante, medicamento aprovado no fim dos anos 80. “Sem ele, o pulmão fica rígido e o bebê não consegue respirar. Com o surfactante, o pulmão fica mais flexível e o ar entra melhor”, explica Marina Lania Teles, coordenadora da UTI neonatal.
Layane Freitas Domiciano é mãe de dois bebês prematuros
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Assim, no Dia Mundial da Prematuridade, celebrado em 17 de novembro, mães como Layane Freitas Domiciano celebraram conquistas. “É angustiante quando há regressos, mas cada vitória é gratificante. Tira a dieta de uma, depois tira da outra. Mas quando a conquista vem é muito gratificante. Minhas filhas nasceram com 800 e 850 gramas e agora já pesam 1 quilo. Sonho que saiam saudáveis e quero voltar aqui com elas”, diz.
A comemoração também reuniu crianças que venceram a prematuridade. Entre elas, Matteo, que nasceu com 27 semanas e hoje cresce saudável depois de ficar dois meses internado na UTI neonatal. Sua mãe, Juliana Barrivieira, coordenadora de rede da TV TEM em Rio Preto, transformou sua experiência em inspiração para esta série de reportagens.
"A prematuridade mexe muito com a nossa maternidade. Temos que esperar para pegar o bebê no colo, oferecer os cuidados, trocar a fralda e amamentar. Às vezes, são semanas ou meses até usar a primeira roupinha que tanto sonhamos. É muito importante que as famílias saibam que esses momentos vão chegar. Demora um pouco, é preciso ter paciência, mas eles vão chegar.”
Matteo nasceu com 27 semanas e cresce saudável depois de ficar dois meses internado na UTI neonatal
Reprodução/TV TEM
👶🏻🏥 Prematuros: Quando o amor chega mais cedo
Reportagem e apresentação: Gridânia Brait
Produção: Juliana Barriviera
Imagens: Eduardo Durú, Francisco Braúna, João Serantoni e Cuca Sereguetti
Edição de imagem: Mônica Silva
Edição de arte: Guilherme Orsi
Edição de texto: Juliana Barriviera
Edição de texto web: Eric Mantuan
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