Funcionária de escola infantil foi prensada por PMs armados após pai contestar desenho de matriz africana, dizem testemunhas

  • 18/11/2025
PMs vão à escola em SP com metralhadora após pai reclamar de desenhos de matriz africana A funcionária da EMEI Antônio Bento, escola onde houve atuação de policiais militares armados na última semana, foi prensada contra a parede e teve uma arma encostada em seu corpo por um PM durante a ocorrência que levou 12 agentes à unidade infantil, incluindo um deles com metralhadora, relataram testemunhas. Ao menos três viaturas são vistas em frente ao colégio (vídeo acima). Procurada pelo g1, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Militar instaurou procedimento para investigar a conduta da equipe. A pasta diz que apenas quatro PMs da 2ª Cia do 16º BPM/M atuaram na ocorrência no interior da escola (veja a nota abaixo). Pessoas que acompanharam a ação disseram que o policial teria gritado “várias vezes” e mantido a arma tocando nela “o tempo todo” durante a abordagem, que teria durado cerca de 20 minutos. A funcionária afirma que os policiais permaneceram dentro da EMEI “por mais de uma hora” e que pais e mães presenciaram a cena. O caso ocorreu na terça-feira (11), após o pai de uma aluna acionar a Polícia Militar sob a alegação de que a criança estaria sendo obrigada a ter “aula de religião africana” por conta de um desenho com o nome “Iansã”. Iansã é a senhora dos ventos e tempestades, divindade que no sincretismo religioso é associada à figura de Santa Bárbara. A SSP explica que a investigação da PM inclui a análise das imagens das câmeras corporais e a coleta de depoimento dos envolvidos. "A Corregedoria da PM permanece à disposição para receber denúncias ou informações que possam contribuir com as investigações internas", diz a nota. "No âmbito da Polícia Civil, a servidora da unidade de ensino registrou boletim de ocorrência por ameaça envolvendo o pai da estudante, policial militar da ativa, que por sua vez também registrou ocorrência, negando a acusação de ter danificado um painel da escola ao retirar um desenho feito por sua filha. Diante dos registros, o 34º Distrito Policial (Vila Sônia) convidará a servidora para verificar seu interesse em formalizar representação criminal e colher seu depoimento sobre os fatos. Caso haja representação, será instaurado inquérito policial, e todos os envolvidos e testemunhas serão ouvidos para completo esclarecimento e eventual responsabilização no âmbito criminal", completou a SSP. O caso A funcionária da Emei Antônio Bento, na Zona Oeste de São Paulo, que preferiu não se identificar, contou que a ação provocou constrangimento e medo entre funcionários e familiares de alunos. A denúncia foi feita em um relatório assinado no dia seguinte. EMEI Antônio Bento, na Zona Oeste de SP Reprodução/Google Street View A SSP disse que a PM instaurou apuração sobre a conduta da equipe que atendeu à ocorrência, incluindo a análise das imagens das câmeras corporais dos policiais. A profissional afirma ter explicado aos policiais que a escola trabalha com o “currículo antirracista, documento oficial da rede”, e que apresenta às crianças elementos da cultura afro-brasileira. "Quem assediou foi o próprio comandante de área da PM, lamentavelmente. O fato causou muita indignação em toda a região. O pai da aluna rasgou todos os desenhos que estavam no mural da escola, feitos pelos próprios alunos", destacou a jornalista Ana Aragão, que representa a Rede Butantã, que congrega instituições e entidades da região. Ana participou da elaboração de um abaixo-assinado em defesa da escola e dos profissionais da Emei Antônio Bento. No documento, moradores manifestam “integral e irrestrito apoio” ao corpo docente e funcionários e expressam “profunda preocupação e indignação” com o ocorrido. A denúncia aponta que os agentes teriam orientado a comunidade escolar “de forma errônea e racista” ao classificar o trabalho pedagógico como inadequado. No texto, os moradores afirmam que a escola cumpre seu papel de promover diversidade cultural e formação cidadã. “Repudiamos veementemente qualquer forma de intolerância religiosa, racismo ou discriminação, e defendemos o direito de todas as crianças a uma educação plural, inclusiva e livre de preconceitos", diz documento. O abaixo-assinado pede cinco medidas das autoridades, entre elas: apuração e responsabilização do pai que danificou materiais e acionou a PM; investigação da conduta dos policiais por possível abuso de autoridade e ações de formação sobre diversidade e combate ao racismo ao pai e aos policiais. A funcionária da escola que diz ter sido coagida informou que toda a ação foi registrada pelas câmeras da escola e as imagens estão disponíveis para as autoridades. O que diz a Secretaria Municipal da Educação Em nota, a Secretaria Municipal da Educação afirmou que "o pai da estudante recebeu esclarecimento que o trabalho apresentado por sua filha integra uma produção coletiva do grupo. A atividade faz parte de propostas pedagógicas da escola, que tornam obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena dentro do Currículo da Cidade de São Paulo". A pasta não se manifestou sobre a atuação da Polícia Militar dentro da unidade.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/11/18/funcionaria-de-escola-infantil-relata-ter-sido-prensada-por-pms-armados-apos-pai-contestar-desenho-de-matriz-africana.ghtml


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