Bairro do Jabaquara, na Zona Sul de SP, registra maior número de furtos em 25 anos; média foi de um caso a cada duas horas em 7 meses
04/09/2025
(Foto: Reprodução) Bairro do Jabaquara, na Zona Sul de SP, teve um furto a cada duas horas em 6 meses
Entre janeiro e julho deste ano, o bairro do Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo, registrou 2.143 furtos, o maior número desde 2001, quando a Secretaria da Segurança Pública (SSP) passou a tabular os dados. A média é de 10 casos por dia, ou um furto a cada duas horas.
São em média 10 casos de furto por dia, ou um a cada duas horas. O número representa um aumento de 17% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram 1.833 furtos.
Flagrantes de câmeras de segurança mostram criminosos agindo livremente nas ruas do bairro. Em uma das gravações, dois homens aparecem levando portões de uma garagem em plena luz do dia.
No dia 18 de agosto, um domingo de madrugada, câmeras de segurança registraram dois suspeitos arrancando os portões de uma casa na Rua das Oiticas. Minutos depois, vizinhos encontraram a garagem completamente aberta.
Poucos dias depois, em 31 de agosto, outro homem foi flagrado pulando o muro de um imóvel abandonado que funcionava como lar de idosos. Ele saiu com uma mochila cheia.
Homem levando portão de residência.
Reprodução/ TV Globo
Também na mesma região, em 25 de agosto, por volta da 13h, outro furto chamou atenção. Um homem atravessou a Rua Sumaúmas e levou um carro estacionado.
Gravações de câmeras de segurança mostram o motorista estacionando o veículo. Minutos depois, um homem aparece e abre a porta do carro, ele entra pela porta do motorista e saí do local.
“Eu estava em casa arrumando meu filho para a aula de música. O carro tinha alarme, mas não tocou. Quando saímos, já não estava mais na porta”, afirma Adreia Teles.
Moradores afirmam que a criminalidade aumentou e que, sem policiamento constante, recorrem a câmeras, alarmes e até a vigias contratados coletivamente.
Registros não contabilizam invasões
Apesar dos 2.143 furtos registrados neste ano, os números oficiais não incluem os casos de invasões a casas e imóveis.
Ou seja, o recorde pode ser ainda maior. Os moradores estão documentando os crimes com câmeras e boletins de ocorrência, mas esse dado não aparece nas estatísticas gerais.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que mais de 2.500 pessoas foram presas ou apreendidas na região neste ano e que a Polícia Militar reforça o policiamento em áreas com maior concentração de delitos.
A SSP, no entanto, não explicou por que os furtos a residências não são incluídos nas estatísticas divulgadas mensalmente. Para ter acesso a esses dados, é preciso recorrer à Lei de Acesso à Informação.
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